BANDA DA ARMADA

SÁB 31 JAN 21H30

MÚSICA | ENTRADA LIVRE
EVENTO INTEGRADO NAS COMEMORAÇÕES DO IV ANIVERSÁRIO DE ELEVAÇÃO DE ESTARREJA A CIDADE

A mais antiga referência a música na Armada Portuguesa encontra-se no diário de Vasco da Gama "e eles começaram logo a tanger quatro ou cinco flautas. E o capitão-mor mandou tanger as trombetas."

Ao longo dos tempos a Banda da Armada tem desenvolvido um trabalho de grande interesse público, tanto ao nível do cerimonial militar e do protocolo de Estado, como no âmbito cultural, onde tem realizado concertos por todo o território português e no estrangeiro. Tem-se pautado por uma constante evolução e inovação, como é exemplo a permuta de conhecimentos, ao incluir elementos exteriores ao seu quadro orgânico, nas suas apresentações públicas. Estão neste caso actuações conjuntas com diversas formações orquestrais e corais, assim como vozes e instrumentos solistas.
Fazem parte dos seus quadros alguns dos melhores instrumentistas da actualidade portuguesa e ao longo da sua história têm pertencido, e continuam a despontar nas suas fileiras, vários compositores de reconhecido mérito.

Em 1740 existia no regimento da Armada Real uma formação instrumental que se intitulava Charamela.
De 1793 data uma gravura da Antiga Biblioteca do Ministério da Guerra representando a Charanga do 1º Regimento da Armada Real, e na qual se podem ver 9 músicos tocando instrumentos de madeira, metal e percussão.
Em 1795 era chefe da música do 1º Regimento da Armada o italiano Caetano Tozi que era simultaneamente músico da Câmara Real.
Em 1797 foi criada, por extinção do 1º e 2º Regimento da Armada Real e do Regimento da Artilharia de Marinha, a Brigada Real de Marinha que teve também a sua música.
Antes da Corte partir para o Brasil, era regente o italiano Pascoal Corvalini. Em 1807 acompanhou a família real na sua viagem para o Brasil e em 1821, quando o soberano regressou ao reino, regressaram apenas dois dos músicos.
Em 1836 era dissolvida a Brigada Real de Marinha e em 1837 foi criado o Batalhão Naval, que em 1840 tinha uma música constituída por 20 músicos dirigida pelo alemão Mark Holzel.
Em 1849 acompanhou a rainha D. Maria II a bordo da nau Vasco da Gama numa viagem ao Brasil.
Em 1855 é reorganizada a estrutura da Armada que se passou a chamar-se Corpo de Marinheiros da Armada Real. Em 1863, a Charanga dirigida pelo Belga Arthur Reignhardt e constituída por 27 executantes realizou uma série de concertos em Bordéus, quando embarcada na corveta Mindelo, acompanhando a viagem do rei D. Fernando II.
Em 1898 acompanhou a representação de Portugal nas festas de investidura do presidente da república brasileira Dr. Campos Salles a bordo do cruzador Adamastor.
Em 1903 a "Banda dos Marinheiros" realizou aquelas que são as primeiras gravações efectuadas em Portugal, num total de 26 temas (e outros tantos discos) dos quais existe um exemplar no nosso país e os restantes 25 nos arquivos da EMI em Inglaterra.
Em 1922, embarcada no navio presidencial Porto, acompanhou o Presidente da República Dr. António José de Almeida na viagem oficial para participar nas comemorações do 1º Centenário da Independência do Brasil, realizando vários concertos no Rio de Janeiro.
Já no final do séc. XX destacam-se as seguintes viagens:
- Em 1982, deslocou-se à ilha da Madeira integrada nas cerimónias do Dia da Marinha na cidade do Funchal, e a França, onde participou com mais onze bandas de várias nacionalidades no Festival Internacional de Bandas Militares de Paris;
- Em 1983, deslocou-se aos Açores integrada nas cerimónias do Dia da Marinha na cidade de Ponta Delgada, tendo realizado concertos nas nove ilhas;
- Em 1988, deslocou-se novamente à Ilha da Madeira, onde participou no XI Festival de Bandas Militares de Portugal;
- Em 1992, deslocou-se duas vezes aos Açores, e a França, à cidade de Chateaudun, onde participou no 5º Festival Internacional de Música Militar;
- Em 1994, deslocou-se aos EUA/Norfolk, onde participou no XII Festival Internacional das Azáleas, em representação nacional, no qual participaram mais 20 Bandas.
Em 1999 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro de Serviços Distintos por S. EX.ª o Almirante CEMA.
A Banda da Armada foi chefiada pelos seguintes maestros: Caetano Tozzi (italiano), Pascoal Corvalini (italiano), Mark Holzel (alemão), Artur Reinhardt (belga) e os portugueses: António Maria Chéu, José de Oliveira Brito, Arthur Fernandes Fão, Marcos Romão dos Reis, Manuel Maria Baltazar, José Joaquim de Araújo Pereira e desde 2005 pelo Capitão-de-fragata MUS Carlos da Silva Ribeiro.


VALORES, IDENTIDADE E MEMÓRIA
BANDA DA ARMADA
Símbolo do profissionalismo e excelência cultural da Marinha
“…E eles começaram logo a tanger quatro ou cinco flautas…E o capitão-mor mandou tanger as trombetas, e nós em os batéis bailávamos, e o capitão-mor também de volta connosco.”, in Diário de Vasco da Gama.
Ao longo dos mais de quinhentos anos de existência de formações musicais na Armada, estas sofreram inúmeras alterações, da designação ao número de elementos que as constituíram, tornando uma enumeração exaustiva praticamente impossível, até por manifesta ausência de informação fidedigna. Na realidade, as fontes históricas só são razoavelmente seguras sobre esta matéria a partir da primeira metade do século XVIII, e indicam que, em Agosto de 1740, existia na Armada Real uma música intitulada “Charamela”. O seu aparecimento coincide com um dos períodos áureos da música em Portugal, em que a Orquestra de Câmara da Rainha D. Maria I apenas era suplantada, em dimensão e qualidade, pela do Papa. Do primeiro maestro de que há memória histórica, Caetano Tozzi, apenas se sabe que era italiano e músico da Câmara Real.
A 27 de Novembro de 1807, durante as invasões napoleónicas, a Banda da Brigada Real da Marinha acompanhou D. João VI e a Família Real na sua retirada para o Brasil. Tinha como regente o italiano Pascoal Corvalini. Em 1821, quando o soberano regressou ao reino, voltaram apenas dois dos músicos, tendo os restantes sido integrados na Armada Brasileira, criada por D. Pedro. Em 1863, a Charanga, constituída por 27 executantes e dirigida por Arthur Reinhardt, acompanhou D. Fernando II a Bordéus, a bordo da Corveta “Mindelo”. É da responsabilidade deste monarca a vinda para Portugal do maestro Mark Holzel, que passou a ser responsável pela direcção de 20 músicos do Batalhão Naval.
A 3 de Abril de 1903 a Banda dos Marinheiros da Armada grava, no Quartel do Corpo de Marinheiros, em Alcântara, aquele que é considerado o primeiro disco produzido em Portugal, um documento histórico e fonográfico raríssimo. A capa contém o selo real e a inscrição “Oferta do Maestro António Maria Chéu ao rei D. Carlos”. A gravação, efectua-da pela The Gramophone and Typewriter Ltd. de Londres, pretendia comemorar a visita de Eduardo VII de Inglaterra a Portugal, através da perenização de uma das mais notórias obras musicais relativas à identidade nacional, os Cantos Populares Portuguezes nº2 de Rodriguez.
Em 1922 a Banda dos Marinheiros da Armada integrou a viagem oficial do presidente António José de Almeida, a bordo do navio “Porto”, para participar nas comemorações do 1º Centenário da Independência do Brasil. Realizou diversos concertos no Rio de Janeiro, com retumbante sucesso do público e da crítica, tendo como chefe o CTEN Artur Fernandes Fão. Durante os 35 anos da sua regência (1920-1955) a Banda dos Marinheiros da Armada é referida em múltiplas Leis e Decretos-Lei, que provocam diversas reestruturações, abrangendo a designação, a composição, a forma de admissão e os ajustamentos salariais dos músicos.
Muitos foram os navios da Armada que fizeram uso de charangas e fanfarras. Exemplo disso é a viagem de 1955 à Índia, a bordo do “Bartolomeu Dias”, em que se salienta a actuação da charanga no desfile de homenagem a Afonso de Albuquerque, em Damão. Esta viagem ficou imortalizada na magistral descrição de Urbano Tavares Rodrigues, no livro “Jornadas no Oriente”. Na memória de muitos ficou também o conjunto musical “Os Náuticos” que, no início da década de 70, actuou para as forças militares estacionadas nas províncias ultramarinas. Ao longo de quase dois anos percorreram a Guiné, Cabo Verde, Angola e Moçambique, em várias digressões a bordo do navio mercante “Vera Cruz” e em unidades navais.
No início da década de 80, sob a direcção do CTEN Manuel Maria Baltazar (1976-1987), a Banda da Armada ganhou uma consistente visibilidade junto da sociedade civil, constatando-se a sua merecida inclusão no grupo das melhores bandas filarmónicas do país. O contacto sistemático com o grande público foi o início de uma longa sucessão de salas cheias e extraordinárias inovações, prestigiando a Marinha através do virtuosismo, dedicação e talento dos seus músicos. Na década seguinte, já com o CFR José Joaquim Araújo Pereira como maestro (1987-2006), empreendeu várias deslocações pelo país e pelo estrangeiro, todas com grande sucesso. Destacam-se as actuações a França, por ocasião do 5º Festival Internacional de Música Militar e aos EUA, onde participou no XII Festival Internacional das Azáleas. Em 1998 actuou nas Bodas de Diamante do IPO e em diversos eventos no âmbito da Expo 98, entre os quais dois concertos que foram aplaudidos em apoteose por milhares de pessoas. Em todas as actuações a Banda da Armada enalteceu a música portuguesa, demonstrando a sua vocação de serviço público e o papel fundamental na preservação da tradição musical nacional. Por isso, em 1999 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro dos Serviços Distintos pelo Almirante CEMA. No seu louvor enalteceu o “notável desempenho, inexcedível dedicação e vontade de bem servir, graças ao profissionalismo e excelência dos seus músicos, do qual resultou lustre, honra e prestígio para a Marinha.”
No último ano a direcção da Banda da Armada passou a estar a cargo do CFR Carlos Silva Ribeiro que, na linha dos seus antecessores, a tem conduzido por padrões de alta qualidade e eficiência, executando programas atractivos e de reconhecida qualidade técnica, obtendo significativos êxitos e suscitando o mais vivo e caloroso entusiasmo das audiências. Em Janeiro deste ano a Banda contava com 107 músicos, muitos dos quais com formação superior e com uma média etária de 33 anos. Fruto do esforço de renovação e dinamização levado a cabo nos últimos anos, os resultados reflectem-se no grande valor e visibilidade nacional e internacional das suas actuações ao vivo e na constante gravação e edição de CD’s. Na realidade, ao longo dos tempos têm pertencido e continuam a despontar na Banda da Armada, vários compositores de reconhecido mérito e alguns dos melhores instrumentistas portugueses. O futuro vem, por isso, impregnado de esperança e de vontade determinada de perpetuar e prestigiar o legado cultural do país na Marinha, através da música.


O Chefe da Banda da Armada
MAESTRO CAPITÃO DE FRAGATA MÚSICO
NOTA BIOGRÁFICA

O Maestro Capitão de Fragata Carlos da Silva Ribeiro nasceu  em  Santa Maria de Bouro, Amares, tendo vivido a sua infância em Vidago onde iniciou os seus estudos musicais, sob a orientação do seu pai que  dirigia a Banda Filarmónica local.

Em 1971 ingressou na Banda da Armada, após concurso nacional, onde desenvolveu a sua carreira como executante  solista em Saxofone Alto, tendo-se apresentado várias vezes como concertista, até ascender a Maestro Oficial Músico da Armada.

Paralelamente prosseguiu e concluiu a sua formação Militar/Académica/Artística, fazendo os cursos do Conservatório Nacional: Complementar de Saxofone, Acústica, História da Música e Superior de Composição, assim como os Estágios Técnico-Navais inerentes ao desenvolvimento da carreira na Armada.

Em 1983 frequentou o 1º Curso de Direcção de Orquestra promovido pela Associação Portuguesa de Educação Musical e patrocinado pelo Concelho da Música da Alemanha Federal no qual foi leccionado pelo Maestro Hans Herbert Joris.

Integrou como executante as várias orquestras sinfónicas de Lisboa ( Gulbenkian, Emissora Nacional ( Sinfónica Ligeira ) e S. Carlos), alguns grupos de Música de Câmara no âmbito do Conservatório Nacional e ainda outros grupos de Música Ligeira, destacando-se neste âmbito a digressão que em 1974 realizou ao Canadá e aos Estados Unidos da América, onde a par de espectáculos realizados em várias cidades participou em programas de televisão em Toronto e Nova Iorque.

Tem dividido a sua actividade no meio civil pela Direcção de Bandas, Coros e pelo ensino da Música.

É autor de algumas composições ligeiras inéditas com edição discográfica e arranjos para Banda e pequenos agrupamentos.

É membro da Internacional Military Music Society.

Actualmente com o posto de Capitão de Fragata o Maestro Carlos da Silva Ribeiro exerce as funções de Chefe da Banda da Armada.

 
O Subchefe da Banda da Armada
MAESTRO 2º TENENTE MÚSICO
NOTA BIOGRÁFICA

Nasceu em Azambuja, onde iniciou os seus estudos musicais primeiro em Clarinete com o Maestro João Teófilo, e mais tarde em Fagote com o Professor Carolino Carreira.

Em 1990, fez o Curso de Técnicas Orquestrais para Instrumentistas de Sopro em Fagote, na Universidade Menendéz Pelayo com bolsa de estudo da própria Universidade, que viria a revelar-se fulcral na sua opção e decisão de abraçar a carreira artística.

Em 1991, após concurso nacional, ingressa na Banda da Armada Portuguesa onde desempenhou as funções de 1º Fagote Solista.

Em 1992, ingressa na Escola Profissional de Música de Almada, onde continuou e finalizou os seus estudos em Fagote com o professor Carolino Carreira.

Como jovem musico, colaborou com as Orquestras de Jovens do País, e profissionalmente com uma actividade intensa, trabalhou com os mais variados agrupamentos e Orquestras do nosso País, recitou a solo, e fez concertos com imensos e diversificados agrupamentos de música de câmara.

Em 2001, terminou os seus estudos em Direcção de Banda, Fanfarra e Brass Band, no Royal Music Conservatorium de Maastricht na Holanda, onde estudou com o Professor Jo Conjaerts.

Actualmente a sua actividade está centrada na direcção, trabalhando não só com músicos e agrupamentos profissionais, mas também no meio amador onde desenvolve uma actividade intensa, não só na direcção mas também leccionando em Estágios e Workshops de música, e colaborando com os mais diversificados acontecimentos musicais, tanto em Portugal como no estrangeiro.

É mentor e organizador de alguns eventos de destaque no nosso país como são o caso do Workshop de Direcção da S.I.M.P.S., e do Workshop de Direcção e de Músicos Amadores da S.F.U.P. na lha do Faial (Açores), e do Concurso Internacional de Bandas Amadoras "Ateneu Artístico Vilafranquense".

Actualmente com o posto de 2º Tenente, Délio Gonçalves exerce as funções de Maestro Subchefe da Banda da Armada Portuguesa.
 

MAESTRO
Sub TENENTE MÚSICO
NOTA BIOGRÁFICA

Nasceu em lisboa, onde Iniciou os seus estudos Musicais com Mário cândido e Inácio Santos.

Em 1990 ingressou na Academia de Amadores de Música de Lisboa e, no mesmo ano ingressa na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, na classe do professor Jaime Carriço.

Em 1991,após concurso público ingressa como clarinetista na Banda da Armada Portuguesa.

Em 1996 ingressou na Escola Superior de Mùsica de Lisboa, onde estudou Clarinete com o Professor Manuel Jerónimo e Música de Câmara com os professores Jorge Moyano, Irene Lima e Olga Prats, onde concluiu os seus estudos no ano de 2000.

Paralelamente realizou estudos de clarinete em Portugal e no estrangeiro com os professores Alois Brandhofer, Anders Aberg, entre outros, tendo também colaborado e pertencido a orquestras jovens do país.

Desenvolveu também a sua actividade docente entre os anos de 2000 e 2006, como professor no Conservatório do Algarve e  no Conservatório Regional do Baixo Alentejo.

Nos últimos anos frequentou vários cursos de Direcção de Banda com os Professores Délio Gonçalves e Jo Conjaerts, tendo nos anos de 2004 e 2005 participado nos "Corsi de Perfezionamento Musicale" de Orquestra de Sopros dirigido pelo Maestro Jo Conjaerts, em Spilimbergo - Itália, nos quais dirigiu alguns concertos em várias localidades do Norte de Itália.

No ano de 2005 e 2006 estudou na Holanda (Orquestração e Direcção de Banda), com o professor Jo Conjaerts.

A sua actividade no meio civil divide-se pela direcção de Bandas Amadoras e no ensino da Música.

No ano de 2006 prestou na Banda da Armada provas públicas para Oficial Músico. Tendo frequentado posteriormente o Curso de Formação Militar Complementar de Oficiais.

Actualmente com o posto de Sub-Tenente, José Veloso exerce as funções de Oficial Adjunto do Chefe da Banda da Armada.