MANDRÁGORA [OUTONALIDADES´07]

SEX 05 OUT 24H00*

MÚSICA | BAR CTE 1,50€ | ENTRADA LIVRE PARA ESPECTADORES DO FILME ALTERNATIVO (LADY CHATTERLEY)
* EXCEPCIONALMENTE ÀS 24H00 DEVIDO À DURAÇÃO DO FILME ALTER.
TRADICIONAL | FOLK

www.mandragora.com.pt
www.myspace.com/mandragorafolk
Flautas, saxofone, gaita de foles: Filipa Santos
Percussões, flautas, throat-singing: Ricardo Lopes
Guitarra clássica: Pedro Viana
Guitarra 12 cordas, violoncelo, moraharpa, bouzouki: Sérgio Calisto
Guitarra baixo: João Serrador

Mandrágora é nome de uma planta que possui virtudes fecundantes e afrodisíacas, uma raiz medicinal cujo fruto, idêntico a uma pequena maçã, exala um odor forte e fétido. A raiz da planta tem a forma humana e de acordo com a crença popular, a mandrágora grita como gente quando é arrancada da terra.
É também o nome de um jovem colectivo do Porto, que se destaca pela criatividade das suas composições originais. Temas que evocam a tradição musical Portuguesa, exploram o encontro com outras culturas e deixam ainda transparecer uma grande diversidade de influências da música moderna.

Duas maquetas, o disco de estreia Mandrágora e largos anos de concertos nacionais e internacionais, são a raiz gritante desta banda folk.

A primeira maqueta Presença, gravada em 2000 obteve o 2º lugar nos Prémios Maqueta. Já O Aranganho, promocional de 2002, serviu de balão de ensaio para o que viria a ser o futuro disco.
O álbum de estreia Mandrágora foi editado pela Zounds/ Sabotage em 2005 e imediatamente aclamado pela crítica especializada, chegando a ser apontado como “o melhor álbum de grupos Portugueses de 2005” (Luís Rei – Crónicas da Terra).

A atribuição do Prémio Carlos Paredes de 2006 ao disco Mandrágora, em exaequo com Ascent de Bernardo Sassetti, veio confirmar o mérito deste trabalho. O prémio Carlos Paredes é atribuído pela Câmara de Vila Franca de Xira, com o objectivo de premiar anualmente o melhor álbum de música instrumental não erudita, nomeadamente a de raiz popular portuguesa, tendo em conta a importância que ela tem para o reforço da nossa identidade cultural.

Das actuações ao vivo na banda, destacam-se a participações no 1º. Festival Intercéltico de Sendim (2000), Festival Cuarto de los Valles (Astúrias, 2001), Teatro do Campo Alegre (2001), Folkontest em Grândola, Eurofolk 2002 (França), no 10º aniversário do programa radiofónico “Viva a Música”, da Antena1 (2005) e no Festival de Música Tradicional Portuguesa na Casa da Música (2006).


BIORRITMO SONORO|"Mandrágora" - Mandrágora

- Físico (força, energia e resistência)
Pela mão de Ricardo Lopes e Filipa Santos, corria o ano de 1999, foram formados os Mandrágora. Hoje, com o álbum de estreia já lançado, "Mandrágora", a banda do Porto é mais do que uma surpresa agradável. Surpresa? talvez não. É efectivamente surpreendente a energia de toda a combinação instrumental que brota das composições de "Mandrágora". Um disco onde tudo parece pousar no sítio certo: uma serena flauta, uma luminosa gaita de foles, uma percussão vigorosa, tudo o resto no sítio certo - e não é pouco; uma corrente de energia que corre por esses campos fora...livremente.

- Emocional (energia interior e peso emocional)
São paisagens de luz, algumas interiores - muitas. Com salpicos de voz, "Mandrágora" transforma-se num objecto marcado por imagens de uma diáspora por tempos e espaços infindáveis, de magias viajadas de Nascente ao Poente, do Norte ao Sul, do exterior para o interior; sempre num equilíbrio assombroso, num equilíbrio interior perfeito, de grandes emoções...

- Intelectual (simbolismo e criatividade)
Tradição, inspiração, revolução. A música tradicional nos Mandrágora não é um fim é apenas um meio; não é o resultado, é apenas o processo para uma nova visão da música tradicional; uma visão mais criativa, mais actual. Marcada pela tradição europeia, também nacional, obviamente, esta é talvez a faceta mais interessante da arte deste sexteto tripeiro, isto é, alguma reivenção da tradição, conferindo-lhe com extraordinária virtude uma tez de modernidade; até experimental - e só por exemplo, o último minuto de "Campanhã" é fantástico!
RD : 7.1.06 - http://atrompa.blogspot.com/2006/01/biorritmo-sonoromandrgora.html

 
Portugal e popular. Duas palavras que, quando juntas na mesma frase no contexto musical, muitas vezes fazem estremecer de medo o mais corajoso dos ouvintes. Com uma história tão rica, é caricato que o nosso "músico popular" seja o pimbalhaço da esquina. Felizmente existem colectivos como os Mandrágora para nos relembrarem das nossas raízes. Oriundo do Porto, este quinteto apresenta-nos uma sonoridade enquadrável na Folk, com uma profunda raiz no imaginário popular, nos contos das nossas terras, nas tradições passadas, na cultura nacional. Vão também buscar influências ao Gaélico e Celta, sendo também vulgar a utilização de instrumentos oriundos de outras paragens, como a moroharpa sueca. No entanto, desta amálgama de fontes de inspiração resulta uma sonoridade que a muitos irá transmitir uma sensação de dejá-vu. Estamos, afinal, a falar das nossas origens. O destaque especial terá forçosamente que ir para Filipa Santos, uma das poucas gaiteiras a nível nacional, que é capaz de manejar a flauta e a gaita-de-foles com mestria. Esta última, especialmente, é o elemento capaz de nos transmitir uma ambiência particularmente mágica, como em "Alto Das Pedras Talhas". De destacar também o throat-singing presente em algumas faixas, a técnica vocal que permite emitir vários sons em simultâneo.
A música feita pelos Mandrágora pode não ser a mais original de sempre (os próprios admitem semelhanças com outros colectivos), mas no contexto nacional é refrescante ouvir quem tão perto está da nossa tradição popular e é capaz de soar tão bem como os Mandrágora o fazem. Portugal e popular nunca soaram tão bem juntos...
16/10/2005 · Lurker - http://www.underworldmag.org/website2005/critica.php?id=16