Vamos sentar e ouvir os mais velhos

“Casa dos Ventos” e “Me Mó Ria” em cena este domingo

sexta, 17 de outubro, 2014

Durante duas semanas, os participantes  da Oficina de Teatro e Marionetas construíram o projeto “Me Mó Ria”. Espetáculo que no domingo, dia 19 de outubro, sobe ao palco do Cine-Teatro de Estarreja e conta com um elenco de 20 elementos da comunidade local, com idades entre os 46 e os 94 anos. Criado por Filipa Mesquita, da companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora, “Me Mó Ria” procura recordar o passado para melhor perspetivar o futuro, através da partilha de histórias reais.

São “vidas em extinção” que, na opinião de Filipa Mesquita, encenadora do projeto, se devem recuperar. É importante “perceber o que se conquistou, mas também aquilo que se perdeu”. Filipa Mesquita, uma das fundadoras do Teatro e Marionetas de Mandrágora, desenvolveu um trabalho em residência artística no Cine-Teatro de Estarreja (CTE), com 20 séniores estarrejenses, que culmina com a apresentação pública do espetáculo “Me Mó Ria” no domingo, 19 de outubro, às 16 horas.

Na primeira parte, a cortina abre-se para “Casa dos Ventos”, manifestação artística que utiliza a linguagem do teatro de marionetas para também refletir acerca das gerações contemporâneas, que vivem tempos dispersos e distintos. “A nossa sociedade evoluiu tão rapidamente, desenvolveu-se a uma velocidade tal, que nós somos da mesma época de pessoas que não têm qualquer relação com a nossa vida”, sublinha Filipa Mesquita. A encenadora acrescenta que “Casa dos Ventos e Me Mó Ria unem o simbólico e o real”, ou seja, enquanto no primeiro se utiliza uma linguagem simbólica, através das marionetas e do teatro de objetos, no segundo são pessoas reais que sobem ao palco e partilham histórias reais do seu passado, património social e cultural.

Inserido no Festival Sénior 2014, promovido pelo Município de Estarreja, que durante o mês de outubro sugere uma série de atividades especialmente desenhadas para essa faixa etária, o espetáculo duplo (“Casa dos Ventos” e “Me Mó Ria”), em cena no CTE este domingo, “vai buscar identidades, buscar formas de ser e de estar, e traz essas memórias aos mais novos”. Através do seu trabalho, Filipa Mesquita quer recuperar os “atos sociais de comunicação coletiva”, tal como sentar e ouvir os mais velhos: “estas pessoas são histórias vivas e é importante dar-lhes voz e palavra ativa na construção do futuro”.

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Me Mo Ria

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