Beatriz Batarda, actriz premiada, tida por muitos como a melhor da sua geração, enfrenta aquele que é provavelmente o maior desafio da sua carreira, a estreia como encenadora.
Beatriz Batarda encena o texto Olá e Adeusinho, de Athol Fugard, o autor sul-africano mais reconhecido em todo o mundo. Nasceu em 1932 e com The Blood Knot de 1961, que escreveu e dirigiu com um elenco de brancos e negros, cria uma nova fricção na história do Apartheid. A sua persistência e tenacidade haveriam de o tornar um símbolo da resistência artística em todo o mundo.
A peça fala-nos de dois irmãos que adiaram a responsabilidade de serem adultos, ao ponto de perderem a razão da sua existência. Agora, confrontados com a morte do pai, descobrem que não sabem viver com o outro, com o mundo, nem conseguem construir um futuro.
As suas personagens são construídas através de um jogo entre o discurso consciente e o discurso inconsciente, como se se tratasse de um puzzle psicológico e emocional complexo, que se revela perante as situações dramáticas. Quase tudo o que acontece, acontece através do discurso e do pensamento. Talvez seja esta a razão que torna as suas personagens tridimensionais e actuais.
Este é um espectáculo duro e frontal, mas também redentor e comovente.