NOVECENTOS, O PIANISTA DO OCEANO - PERIPÉCIA TEATRO

SÁB 06 OUT 22H00

TEATRO | 5,00€ | 3,50€ C/DESC. HABITUAIS
75 MIN. | M/12
BASEADO NO TEXTO NOVECENTOS, DE ALESSANDRO BARICCO

www.peripeciateatro.com
Criação/ Adaptação: Ángel Fragua, Noelia Domínguez, Sérgio Agostinho e José Carlos Garcia.
Interpretação: Sérgio Agostinho e Ángel Fragua com Luis Filipe Santos (clarinetes) e Tiago Abrantes (clarinetes)
Iluminação: Paulo Neto
Desenho Gráfico, cenografia e adereços: Zétavares
Direcção: Noelia Domínguez
Operação de luz: Eurico Alves
Figurinos: Peripécia Teatro



A história

Novecentos é o nome do protagonista desta história, e um pianista excepcional que nunca desceu do Virginian – o paquete que percorria nos princípios do século XX as rotas de emigrantes e milionários entre a Europa e a América.

Novecentos foi encontrado nesse barco, com apenas alguns dias de vida, abandonado dentro de uma caixa de limões deixada em cima do lustroso piano do salão de baile. Aí cresceu, adoptado e educado pela tripulação. Uma madrugada, ainda menino, foi encontrado pela tripulação, rodeado de passageiros em silêncio, todos em pijama, sentado ao piano do salão de baile, de pernas a balançar, a tocar não se sabia que música… Mas muito bela. Foi dessa maneira que nasceu a lenda do pianista do Oceano, e foi crescendo com ele:
Dizia-se que a bordo do Virginian havia um tipo que com o piano fazia o que queria; que tocava uma música estranha, que do piano fazia sair notas que não eram normais, que só ele era capaz de arrancar; parecia que tinha quatro mãos, tal era a sua técnica; e quando lhe apetecia tocava Jazz, e quando não, tocava uma coisa que era como dez “jazzes” juntos! Eram músicas de outro mundo, ou deste, mas todas de uma vez! Do seu piano saíam todas as músicas da terra. Era de ficar petrificado.
Estas coisas diziam-se de Novecentos. Veio escrito nos jornais e era mesmo verdade!

O espectáculo

Novecentos é, originalmente, um monólogo escrito para um actor. O desafio dos criadores deste espectáculo é o de manter a linha narrativa desse monólogo, e transformá-lo num espectáculo onde em vez de prevalecer a narração predomina a acção. Além de adaptar o modelo narrativo, o repto é o de criar códigos e sinais que permitam representar uma história como esta, que em momentos alcança registos próximos ao fantástico.

O jogo dos actores tem a espontaneidade dos contadores de histórias, à mistura com a ironia dos entertainers, o humor inocente dos clowns e a versatilidade dos transformistas.
A música tem no espectáculo um papel fundamental. A contar esta história com os actores, estão dois clarinetistas que interpretam temas do princípio do Século XX, sobretudo Ragtime e Dixieland, assim como temas e sonoridades criadas para o espectáculo. Sempre em sintonia com a narrativa e a acção, e com a cumplicidade do actor. É mais do que uma banda sonora executada ao vivo: a música e os seus intérpretes são parte intrínseca do espectáculo.

O autor
Alessandro Baricco

Nasceu em Turim, em 1958. É autor de vários ensaios e romances: Castelos de Raiva (prémios Selezione Campiello 1991 e Médicis estrangeiro 1995), Oceano Mar (prémios Viareggio per la Narrativa e Palazzo al Bosco) e Seda. Além de Novecentos escreveu outro texto para teatro - Davila Roa - e dois livros sobre música - um ensaio sobre Rossini e outro sobre a relação entre a música clássica e a modernidade.

A sua obra Seda obteve um êxito extraordinário em Itália e nos vários países onde foi editado, e consagrou-o como um dos grandes autores italianos da nova geração.

Apresentador de dois programas de televisão de grande sucesso, é também um reconhecido crítico musical e literário.

«Alessandro Baricco acumula prémios e best-sellers um pouco por toda a parte. Acaba de ser traduzido o seu quarto livro publicado em Portugal, Novecentos. Saímos da sua leitura renovados. A questão é: porque é que quase ninguém em Portugal lê Baricco?»
Público