ANDAR NAS NUVENS

DOM 02 NOV 16H00 | SEG 03 NOV 10H00*

* SESSÃO SEG 03 NOV 10H00 PARA ESCOLAS | MARCAÇÕES PELO TEL. 234811300 [1€ | ENT. LIVRE P/A PROFESSORES] | INCLUI VISITA À EXPOSIÇÃO CARTAZES ANTIGOS DO CINE-TEATRO

 

TRIGO LIMPO TEATRO ACERT

TEATRO | 2,50€ | 1,50€ [C/ DESCONTO APLICÁVEL A GRUPO ≥8 CRIANÇAS] | ENTRADA LIVRE DE UM ACOMPANHANTE ADULTO POR CRIANÇA
EVENTO INFÂNCIA / FAMÍLIA [1.º DOM. MÊS] | 45 MIN. | M/4

 

Texto e encenação: José Rui Martins
Adaptação livre a partir de um conto de Mario Lamo Jiménez: “Un Viaje al País de las Nubles
Cumplicidade Artística: Teatro e Marionetas de Mandrágora
Interpretação: José Rosa, Raquel Costa, Ruy Malheiro e Sandra Santos
Poemas: Fernando Pessoa e José Rui Martins
Música: Fran Pérez
Músicos: (vozes e instrumentistas): Alexandra Ávila, Carlos Peninha, Fran Pérez, João Almeida, José Medeiros, José Rui Martins, Lydia Pinho, Mariana Abrunheiro, Miguel Cardoso, Paulo Nuno, Quiné
Voz off: Catarina Estrela, Ilda Teixeira, José Medeiros, José Rui Martins, Lydia Pinho, Miguel Torres e Pompeu José
Storyboard: José Rui Martins, Zétavares e Zito Marques
Animação e 3D: Zétavares e Zito Marques
Cenografia: Zétavares
Direcção de Construção: Marta Fernandes da Silva
Desenho de Luz: Luís Viegas e Paulo Neto
Misturas e masterização: Quico Serrano
Construção de Marionetas e apoio à manipulação: Teatro e Marionetas de Mandrágora - Clara Ribeiro, enVide neFelibata, Filipa Alexandre e José Carlos Machado
Mecanismos: Luís Viegas e Manuel Matos Silva
Apoio à construção de marionetas: Ana Duarte, Carlos Fernandes, Ilda Teixeira, Luis Viegas, Marta Fernandes da Silva, Marisa Ezequiel, Paulo Waciel, Pompeu José, Sílvio Neves, Raquel Costa, Ruy Malheiro e Sandra Santos
Colaboração: Adriana Ventura, Efigénia Arede, Lizete Lemos e Maria Alice Dias
Técnico de Som: Cajó Viegas
Figurinos: José Rosa
Diário de Bordo: Carlos Fernandes
Fotografia: Carlos Fernandes, Carlos Teles e Eduardo Araújo;
Carpintaria: Sílvio Neves
Serralharia: Rui Ribeiro, Fernando Brás e João Carlos
Revisão de textos: Ana Martins
Produção: Marta Costa e Paula Coelho
Secretariado e Contabilidade: Paula Alexandra, Rosa Marques e Rui Vale

 

Um novo espectáculo que surpreende crianças e adultos pela poética imaginativa da palavra e das situações fantásticas…
Uma viagem ao país das nuvens com actores, marionetas, vídeo e música encantatória…
Um trabalho teatral que permite extensões educativas na sala de aulas, pela inventiva com que a história é apresentada…

O conto de um autor colombiano, Mario Lamo Jiménez, transformou-se num texto teatral inédito repleto de novos desafios criativos.
Dirigido “sobretudo” aos mais pequenos este trabalho incide num universo dramatúrgico e de experimentalismo recomendado… para todas as idades.

“Uma viagem até ao país das nuvens onde, pelo caminho, se passeia num sítio frio em que há lojas para congelar as ideias e os pensamentos, e no qual a amizade é para sempre, por estar num icebergue que o sol desconhece que exista.
Andar nas Nuvens como exercício poético de embelezamento do trabalho dos actores e das múltiplas linguagens artísticas que o teatro partilha em momentos imaginativos e loucos… 
Andar nas Nuvens para encontrar afinidades com múltiplos criadores e aprender com eles o encantamento da permuta criativa…
Andar nas Nuvens com um autor colombiano que, sem coincidências, nos desperta sentimentos com uma mensagem deitada ao mar em direcção a Portugal…
Andar nas Nuvens para quebrar a normalidade de só aceitar o que nos dizem ser real…”
    José Rui Martins – Encenador

MENSAGEM NUMA GARRAFA
Quando deitei a minha garrafa cheia de palavras ao mar da imaginação, não sabia a que praia de fantasia chegaria. A minha garrafa navegou entre peixes arco-íris, ilhas flutuantes e navios-fantasma, com as suas letras dorminhocas à espera de um porto onde descarregar as suas palavras, recompor as suas frases e reconstruir as suas histórias.
Passaram-se dias, semanas e meses, e a minha garrafa já quase perdia a esperança de encontrar terra firme para ancorar os seus poemas, até que uma tarde um pescador português de palavras perdidas a observou à distância. No início, viu apenas uma garrafa comum e normal, coberta de algas marinhas e com vários raios de sol navegando na sua superfície. Quando se aproximou, a sua infinita curiosidade obrigou-o a abri-la para revistar o seu conteúdo. Não sabia o que haveria lá dentro; talvez se tratasse de um poema de amor ou de uma conta que estava por pagar; talvez fosse o grito de ajuda de um náufrago ou uma mensagem de um menino de escola. Para sua surpresa, a garrafa começou a contar-lhe histórias de terras distantes sobre uma viagem fantástica a um país de nuvens. O pescador de palavras levou a garrafa para sua casa e esteve acordado toda a noite até a última palavra ganhar vida. Depois, viu desfilar pela sala cidades de gelo, crocodilos apaixonados pela lua, rios que navegavam ao contrário e nuvens de algodão onde viviam personagens maravilhosos. Então, o pescador de palavras, que era também um mágico no mundo do teatro, decidiu fazer dessa história sua e dramatizá-la, para poder contar na sua terra a estranha mensagem que chegara nessa garrafa. Foi assim que escreveu rimas encantadas e encantos em rima, poemas musicais e música poética, e que elaborou marionetas marinhas e mares de marionetas. E foi assim que, de repente, um grande espectáculo ganhou vida e a vida se transformou num país muito distante, que a partir desse dia todos podiam visitar com um simples abrir e fechar da garrafa da fantasia. Pouco depois, o pescador de palavras enviou-me uma garrafa mágica com uma mensagem em que me contava como a minha garrafa chegara à sua praia. Dizia-me também que nada é coincidência nesta vida e que essa garrafa, ainda antes de partir, lhe estava destinada. E eu sabia que o que ele dizia estava certo; a única coincidência foi eu ter pensado o mesmo. Ao acabar de ler a mensagem, um poema ali escrito ganhou vida e cantou-me estas belas palavras:    
 
“Dios-te-dé, Deus eu te dei
Um tucano vai cantando
Nuvem é uma bicicleta
Com gotinhas pedalando”
Mario Lamo Jiménez - Autor

Nesta nova produção, o TRIGO LIMPO teatro ACERT reafirma o seu interesse na exploração de textos não teatrais que possibilitem novas leituras dramatúrgicas e se projectem em inovadoras abordagens estéticas, técnicas e artísticas capazes de ampliar o universo experimental dos actores.
A partir de um deslumbrante conto escrito pelo colombiano Mário Lamo Jiménez, alimentámos um desafio criativo particularmente direccionado para o público mais jovem, ainda que o universo de dramaturgia e experimentalismo criado espelhe visões e desperte sentidos que extravasam quaisquer fronteiras etárias.
Neste mundo fantástico, um poético jogo de palavras dá o mote para a criação de atmosferas (im)possíveis, pondo a descoberto a importância do sonho como jornada imaginativa sem limites.
Este trabalho decorre de uma cumplicidade artística com o Teatro e Marionetas de Mandrágora, responsável pela construção e apoio à manipulação das marionetas.
Uma área teatral, de resto, já explorada pelo TRIGO LIMPO no âmbito de outros projectos, mas que aqui se alia a um esforço de animação vídeo e de produção musical e poética, bem como a práticas de teatro de sombras, naquela que representa uma aposta interpretativa e técnica extremamente aliciante para a Companhia.

Os cometas são de giz
Nos céus da noite traçados
Quanto é bom ser um petiz
E ouvir contos bem contados

Já ouvimos dos antigos
Coisas para recordar
São coisas depois para os livros
Antes disso para guardar


30 anos de pesquisa, produção e animação teatral

Desde a sua formação, em 1976, o Trigo Limpo teatro ACERT tem vindo a afirmar-se como uma companhia teatral apostada na descoberta de intercepções entre as distintas linguagens artísticas e do espectáculo, como forma de potenciar uma intervenção teatral experimental, consequente, criativa e socialmente integrada numa intervenção cultural comunitária.

De 1976 a 1979 percorre instalações provisórias, vindo a instalar-se, enquanto organização promotora da ACERT, num espaço exíguo. Só em 1984, pela adaptação de um antigo hospital, conquista o seu primeiro espaço de apresentação e infra-estruturas básicas de produção, passando a actuar com mais estabilidade e a exercer uma função fortemente dinamizadora na região, pela criação de redes de circulação de espectáculos, produção e formação artística, sendo considerado um dos pólos de descentralização independentes mais significativos no Centro do País.

Em 1987, resultado da implantação e evolução do seu projecto teatral, cria uma estrutura mais efectiva que, sem apoio oficial regular, consegue fixar um núcleo artístico base que suporta os custos de montagem com uma actividade pluridisciplinar na área do apoio à produção e formação.
Os espectáculos “Silka”, adaptado a partir do conto de Ilse Losa, e “Os Cavaleiros” de Aristófanes (1989/90) marcam uma viragem significativa no projecto pela consolidação artística do TRIGO LIMPO teatro ACERT, enquanto companhia com mais de 70 apresentações/ano em todo o País e participação em Festivais de Teatro no estrangeiro.

Só em 1992 o TRIGO LIMPO teatro ACERT recebe o primeiro apoio pontual da Secretaria de Estado da Cultura, permitindo-lhe ampliar o seu universo de criação e de resposta artísticas. No entanto, a temporada de 1993 constitui o marco de estabilização do projecto pelo apoio regular que passou a ser concedido à Companhia.

Desde esse ano, o TRIGO LIMPO teatro ACERT vem estreando uma média de três produções teatrais por temporada, promovendo permanentemente uma diferenciada prática de dinamização teatral na região, País e estrangeiro.
O TRIGO LIMPO teatro ACERT, para além da apresentação de textos dramáticos de autor, estreou mais de uma dezena de textos teatrais próprios, incidindo a maior parte deles na adaptação teatral de textos de autores contemporâneos (Herman Hesse, Ilse Losa, Isabel Allende, José Gomes Ferreira, Lobo Antunes, Mia Couto e Santos Fernando, entre outros), para além de originais criados especificamente para a Companhia.

A itinerância assume um dos eixos que caracterizam a dinâmica da Companhia, correspondendo a mais de 70% do total da actividade, possibilitando-lhe a criação de novos públicos, uma proximidade com as distintas realidades culturais e o estabelecimento de circuitos de descentralização.
Para além dos seus espectáculos, o Trigo Limpo teatro ACERT amplia o seu exercício de difusão à promoção de redes de circulação de espectáculos de outros grupos nacionais e internacionais em outros pontos do País onde desenvolve actividade. Além das participações em Festivais no estrangeiro, a promoção de projectos de intercâmbio tem alcançado particular notoriedade na actuação internacional do Trigo Limpo teatro Acert, destacando-se as acções desenvolvidas em Moçambique, Brasil e Galiza, onde a Companhia tem coordenado amplos programas em parceria com grupos e criadores de todo o Mundo.
A formação teatral desempenha uma componente contínua do trabalho, sendo dinamizados planos formativos nas distintas áreas do espectáculo que decorrem, ora no espaço próprio da Companhia, ora junto de outras organizações que os solicitam. O Festival Internacional (FINTA), promovido anualmente pela Companhia, tem-se implantado pela atenção que é dada às distintas abordagens do espectáculo teatral, pela multiplicidade de projectos nacionais e internacionais que divulga e, fundamentalmente, pela identidade com que proporciona ao público vivências experimentais de participação e fruição.
Para além do FINTA, a Companhia promove o FINTINHA – Festival de Teatro para a Infância, para além de um conjunto de acções teatrais diversificadas criativamente em articulação com organizações públicas e privadas ligadas à educação e ao desenvolvimento regional (animações de rua e de espaços não convencionais, exposições, conferências, animações teatrais temáticas, edições…).

O teatro de rua assume um campo experimental a que tem sido dado determinante relevo, assumindo as produções realizadas investimentos criativos caracterizadores da actividade da Companhia (Faldum, AuGaciar, Judas, máquina de cena “Memoriar”, criada para a Expo 98 e Hannover 2000, Ser Pró - Coimbra). Esta componente de actuação teatral tem também favorecido a formação técnica de especialistas nas áreas de produção, som, luz, pirotecnia, cenografia - montagem de máquinas de cena e estruturas teatrais.

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